Penso que às vezes esquecemos que foi pago um alto preço lá naquela cruz, a fim de nos tornarmos um só com Deus. Um só corpo. Apesar das diferenças é isso que somos, um só corpo. Nós, embora muitos, precisamos entender que não somos as placas. Ele não morreu por placas denominacionais, ou por instituições históricas. Ele morreu por gente! Gente falha, que não merece Seu imenso amor, mas que Ele decidiu amar e acolher.
Quando nos reunimos numa comunidade, isso deve expressar amor. Aceitarmos a diferença e deixarmos que Ele – que é o pastor da Igreja – trate, transforme e mude. Vamos ultrapassar as diferenças das barreiras religiosas. Deixemos de defender nossas verdades institucionais e nos distanciarmos uns dos outros por conta de discursos teológicos e linhas de pensamentos filosóficos. Que nossas diferenças sejam meios para manifestarmos a Comum Unidade (comunidade) em amor, com amor e por amor. Quando de fato experimentamos o amor de Deus, possuímos as virtudes desse amor, a fim de ficar comprovada a validade e a realidade de nosso encontro real com tão grande e inexplicável amor que nos acolhe apesar dos nossos defeitos.
Olhemos o que nos converge a Cristo. Parece que não entendemos muito bem o que é "casa comum" (Oikos - Mene - ecumenismo). Queremos apenas defender nosso ponto de vista e dizer que todos os outros que possuem pontos diferentes do nosso, estão errados. Em outras palavras não conseguimos lidar com o diferente sem chama-lo de herege. Até pensamos na possibilidade de caminhar juntos em comum acordo, porém, tem que aderir a minha teologia sistemática. Para caminharmos em unidade não levamos o acolhimento, antes carregamos estampado no peito a frase: é proibido pensar diferente.
Tenhamos nossos olhos em Cristo. Estamos prontos para pagarmos o preço de sermos um só coração no Senhor? Será que romperemos as barreiras pelo amor sem impor a nossa corrente teológica e filosófica? Sei que muitos ao lerem este pequeno texto vão criticar, mas o que aqui está escrito é o que vejo em Cristo. Ainda que alguém fale dos fariseus e saduceus, o que Jesus discordava deles era a falsa aparência, o falso temor. Mostravam-se muito religiosos defendendo “Deus” e seus ensinos dados a Moisés, e em nome de “Deus” crucificaram Aquele que se fez carne e habitou entre nós: Deus.
Aquele sangue vertido na cruz não foi para unir placas! Aquele sangue foi para apresentar ao Senhor a Noiva do Cordeiro. Não são as Noivas, mas a Noiva. Um em Cristo é isso que somos! Não são os corpos de Cristo, mas o Corpo de Cristo!
Caminhemos com Cristo aprendendo com o Evangelho, desfrutando de Sua graça, a fim de compartilharmos Sua bondade e misericórdia. Vivamos com unidade!
Abraço fraterno,
Daniel L. Gonçalves - Um discípulo no Caminho.