segunda-feira, 24 de março de 2014

A coisificação do ser...

DEPOIS DE TANTO tempo sem publicar, creio que este é o melhor momento para retomar as publicações - nem que seja semanalmente. Muitos aqui já me acompanham há algum tempo e sabem que não sou do tipo que publica meras teorias teológicas, ou dogmas religiosos. Sempre procuro publicar (compartilhar) algo experiencial, coisas simples da vida que nos ensinam com sua singeleza e nos encorajam a ver a vida com mais humanidade, desfrutando e compartilhando a graça do nosso Eterno Pai.
Sempre sou surpreendido com algumas coisas que meu filho faz. Ele tem pouco mais de um ano e, sempre que chego em casa, quando ele está na sala, é quase a mesma coisa que ele faz todos os dias. Ele levanta a cabeça, fecha os olhinhos, cerra os dentes com um sorriso escancarado e vem em minha direção para dar-me um abraço, um beijo e levanta os bracinhos pedindo para vir para os meus braços. Como seria bom se essa fosse a nossa reação diante do Eterno: se fôssemos caminhando na Sua direção como uma criança que deseja os braços do pai. Para a criança, o pai é uma espécie de “deus/herói” e para ela o pai vale pelo que é e não pelo que tem. É nesse ponto que quero ater-me.
Todos nós, alguma vez, ouvimos o ditado popular que diz: “você vale o que você tem!”. Estamos vivendo numa geração onde este ditado está se tornando cada vez mais real. Muitas vezes nos deparamos com gente usando gente – às vezes até nós mesmos usamos ou somos usados. As pessoas estão coisificando umas às outras, de modo que pessoas estão se tornando meros objetos de satisfação ou de ascensão de outrem. A quem diga que isso é normal, porém, tratar o ser humano como uma coisa é tirar a integridade humana, é deixar de ver o outro como vida que segue independente de mim, que tem seus sonhos, ideais, traumas, desejos... Usar gente como se fosse uma coisa qualquer é perigoso, pois pode deixar sérias sequelas em nós e nos outros. Hoje você usa, amanhã poderá ser usado!
Não estou aqui querendo colocar-me na condição, ou posição de melhor ou pior que ninguém. Abba me conhece e sabe de meus erros e acertos. Todavia, quero propor um despertar - afinal, nunca é tarde para recomeçar. Isso mesmo: um despertar, um recomeço, tratar gente como gente! Algumas vezes vejo pessoas tratarem melhor seus animais do que seus empregados (por exemplo). O interessante é que às vezes ficamos como que surtados e são necessárias palavras fortes para nos acordar, como que a base de tapas, a fim de aprendermos com Quem nos ensinou tanto a respeito da vida e do ser humano, o qual tornou-se humano e transmitiu vida, lidou com gente como gente. Nunca devemos nos esqueçer desta verdade simples, óbvia/lógica: pessoas têm sentimento;, não são meros pedaços de carnes andantes e que falam.
Parece que, muitas vezes, queremos tratar as pessoas como se fossem aquele personagem da Marvel, “O Coisa” (um dos fundadores do Quarteto Fantástico). Aquele ser rochoso que parece não ter qualquer sensibilidade, mas que tem muita força a ser utilizada, apesar de se deslocar com dificuldade por conta do seu peso. As pessoas não são personagens de revistas em quadrinhos! Apesar de vivemos na época da mídia apelativa, a qual usa a figura da mulher como objeto de sedução para atrair a atenção masculina. Homens musculosos como sinônimos de felicidade e satisfação sexual, mulheres com corpos esculturais como sinônimos de beleza. Não podemos enveredar por esse caminho que desvaloriza o ser, tratando pessoas como objetos que estão nas prateleiras prontos para o consumo. Lamentavelmente, muitos deixaram de ver o interior para ver o exterior e, na maioria das vezes, se decepcionam com o passar do tempo, atrelado à sensação de: Ah, ... devia ter...
Em nossos dias onde o hedonismo é tão forte, precisamos estar atentos para não usarmos as pessoas e amarmos as coisas. Valorizemos o ser humano por completo, como ele é, percebendo as suas qualidades, respeitando-o por inteiro, mesmo com seus defeitos, já que todos nós estamos sendo aperfeiçoados nesta escola chamada Vida.
Portanto, deixemos de usar pessoas como objetos e procuremos tratá-las como o Eterno nos trata, com terno olhar e atos de amor que falem e transmitam Amor. Se estamos usando pessoas, acordemos desse sono narcisista, egoísta e efêmero. Enxergar o outro como nosso semelhante é um bom caminho a ser trilhado, pois assim veremos o outro como parte de nós (nosso reflexo). Assim sendo, a maneira como queremos ser tratados, trataremos. Ninguém quer ser tratado como algo descartável que, após utilizado, o lixo o aguarda. Infelizmente, muitos aprendem essa simples verdade caindo em abismos, ou andando por caminhos tortuosos que são verdadeiros vale de sombra e morte. Sendo assim, aprendamos como crianças no colo do Nosso Pai Celeste a verdade que diz: “ama teu próximo como a ti mesmo!”.


NEle, que se fez gente para nos ensinar como se trata gente!
Daniel L. Gonçalves - Um caminhante no Caminho.
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O Caminho é uma pessoa e seu nome é Jesus!
Graça, bondade, paz, perdão e amor...

Que assim seja nosso caminhar!

Países que passaram e passam por aqui!

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