terça-feira, 30 de outubro de 2012

Beleza sublime


Ultimamente tenho ouvido falar bastante em beleza. E neste pequeno texto faço a diferença entre beleza – conquistada por intervenções cirúrgicas, exercícios físicos, tratamentos com cosméticos... – e Beleza – Jesus, a poesia de Deus, o Deus poeta que disse: este é o meu corpo, comam... este é meu sangue, bebam... Deus com cara de gente e que habita dentro de nós.
Atualmente a beleza é tão difundida, até mesmo como uma ditadura e, quem sai ganhando com isto é a indústria do bem estar faturando milhões. A busca pelo corpo perfeito no verão faz com que as academias fiquem cheias de novos alunos/clientes. Nessa correria em busca da beleza instantânea, alguns gastam fortunas com cirurgias plásticas, aplicações de botox e silicone. Até parece que estamos em um imenso mercado e nas prateleiras de produtos estão pessoas, para onde outras se dirigem até a prateleira pegam, olham, avaliam e veem se levam ou não. Esse culto à beleza exterior é cruel com quem está fora dos padrões estabelecidos e nos impede de perceber a beleza interior que todos nós temos, em alguns a beleza está ofuscada, mas ela está lá – “Estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”.
Vejo que o belo é expressão e não apenas objeto e, sendo objeto, deve expressar beleza. Expressões como o canto dos pardais ao pôr do sol, um sorriso, um abraço, crianças brincando... Enquanto beleza for um objeto, pode ser comercializado e limitado, mas sendo expressão, ela contagia e é ilimitada. A beleza acabou sendo relativizada, pois, o que é belo para mim pode não ser para você.
A Beleza não existe, Ela é! Ela não teve um princípio e não tem um fim, portanto, não pode ser medida, quando houve um princípio Ela já estava lá – “No princípio era a Beleza, e a Beleza estava com Deus e a Beleza era Deus”. A Beleza não é vista, é sentida, como um vento que passa acariciando o rosto, não o vejo, mas sinto e se sinto é porque ele está aqui – “A Beleza se fez carne e habitou entre nós. Vimos sua glória, glória como a do Unigênito do Pai, cheio de graça e verdade”. A Beleza habita dentro de cada um de nós! Vamos descobrir a Beleza que há em todos (Imago Dei). Todo ser humano leva dentro de si a Beleza mais sublime, a imagem Daquele que é louco de amor por cada ser humano. Ele extrai o melhor de nós e desenvolve em nós uma verdadeira beleza, sem precisar de intervenção cirúrgica. Ainda que muitos te rejeitem, Ele não te rejeita nunca, está sempre contigo! Essa imagem que está em nós aponta o tempo todo para Ele que é Vida, Amor e também Beleza. Não esta beleza difundida hoje, em nossos dias, que é efêmera, mas uma que não passa. Beleza esta que se vê com o coração. Para percebê-la é preciso ter olhos como de criança – “Quem não tiver coração como de uma criança, não pode ver a Deus”.
Beleza não é a que vem de fora para dentro, e sim, a que vem de dentro para fora. Um coração cheio de Beleza faz o mundo ficar mais bonito. Deixa a Beleza que se fez carne te embelezar e sai dessa beleza superficial que não enche os olhos d’água por que não transmite emoção. Adélia Prado disse: “A beleza enche os olhos d’água”. Olhe para todos aqueles que você acha que é fera e veja a beleza que só a bela vê. Olhemos em tudo e percebamos a Beleza!

NEle, que é a Beleza sublime e nos faz belos para que possamos enxergar com o coração.
Um caminhante no Caminho.
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O Caminho é uma pessoa e seu nome é Jesus!
Graça, bondade, paz, perdão e amor...
Que assim seja nosso caminhar!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

No silêncio...


Tudo em mim se cala, estou sozinho na solidão. Já não escuto tantas vozes em mim. No silêncio, na solidão, o momento perfeito para essa relação dEle comigo, de modo que eu possa ouvi-lo não de fora para dentro, mas de dentro para fora e ouvir a mim mesmo.
A solidão do silêncio quase sempre está relacionada à escuridão, porém, neste momento, ao invés de sombras do medo, o que tenho é a reflexão de quem fui, quem  sou e quem serei. Daí percebo que fora dEle nada me faz bem, não há vida. Tudo que vem dEle faz  silenciar essa loucura de vozes que não são minhas nem dEle, são apenas ecos atormentadores de uma sociedade impiedosa que faz cobranças e imposições o tempo todo.
Às vezes sinto-me como um gravador que já gravou muitas vozes e agora toca o tempo todo vozes que não são minhas. Um papagaio? Talvez. Essas muitas vozes que falam em mim o tempo todo me confundem e já não percebo, perco-me nesta multidão em mim. Se me perguntarem:  “quem és?”  - Responderia: Legião, pois somos muitos. Passei a vida querendo ser alguém, ou seja, não ser eu e, de tanto desejar ser esse alguém fruto de uma imposição social, cultural, religiosa, ética... fica difícil encontrar a mim mesmo em meio a toda essa multiplicidade interna. Mas quando estou com Ele no silêncio, sou embalado (para ninar) com graça e envolvido com o manto de amor.
No silêncio e na solidão, um verdadeiro convite à solicitude, um bom momento para serenidade desta alma aflita e perturbada com preocupações e ansiedades. Neste silêncio, vou conversar, mas não com palavras faladas e planejadas, vou falar com a alma, externando, como suor que sai do corpo. Ele, com seu meigo olhar que não condena, mas entende, logo irá ouvir-me, mesmo sem nada falar. Ele interpreta meu olhar, meu choro, meu gesto, minha vida.
No silêncio não há pavor nem terror, no silêncio, há amor. Na solidão não há tristeza, nem depressão, há atenção e compreensão. Sendo assim, aguardo-o no silêncio de minha alma, recolhendo-me para dentro de mim, a fim de encontrar-te, ouvir-te, amar-te.

NEle, que é amigo do silêncio.
Um caminhante no Caminho.
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O Caminho é uma pessoa e seu nome é Jesus!
Graça, bondade, paz, perdão e amor...
Que assim seja nosso caminhar!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Supremo Modelo


Cristo sofreu por cada um de nós, por esta razão em agradecimento o mínimo que devemos fazer é agir de modo semelhante ao de Cristo. Corresponder esse amor, nos tornando Ele para nosso semelhante.
A relação de Jesus com seus discípulos segue o modelo da tradição judaica. Quando um rabino chamava alguém para segui-lo era como se perguntasse: “Você quer ser igual a mim?”. Todo rabino acreditava que seus discípulos, ou aprendizes poderiam fazer as coisas que ele fazia, viver do jeito que ele vivia e fazer as coisas que ele fazia. O processo do discipulado implicava a imitação do rabino, mas para isso o discípulo deveria seguir seu mestre bem de perto. Esse era o significado da recomendação do rabino Yose bem Yozer: “Deixe-se cobrir pela poeira dos pés do seu rabino” (Ed René Kivitz – Revista Ultimato – setembro/outubro 2012 – pág. 42).
Jesus é o nosso rabino, precisamos seguir na intenção de nos tornarmos semelhante a Ele. O mundo precisa ver Cristo através de nós, portanto, chega de falar de Jesus, vamos viver Jesus.

Nos Evangelhos vemos algumas condições para ser um discípulo de Jesus.

1-      Autonegação e suportar a cruz, Mateus 16:24.
...negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
É interessante quando falamos tomar a sua cruz e seguir a Jesus, pois as pessoas tem um pensamento bem deturpado do real sentido. Quando fala em tome sua cruz e segue-me, as pessoas pensam, na cruz que é a sogra, patrão, gerente do banco, marido, esposa... no entanto, o que o texto quer dizer é: siga a Cristo com fidelidade até a morte. A cruz naquela época representava morte. Negar a si mesmo, não é negar quem você é, mas negar quem os outros dizem que você é. Negar a si mesmo é ser quem somos em Cristo! Cristo não me chama para uma esquizofrenia, ele me convida e copiá-lo e através de meus atos demonstrá-lo, negando o egoísmo, negando a autossuficiência, o processo de negação do si mesmo é uma constante desconstrução para sermos construídos nEle.

2-      Coragem, Lucas 14:26.
Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai... e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo”.
Neste versículo vemos que Jesus usa uma hipérbole vívida (exagero) para revelar que seus discípulos devem amar a Cristo de forma mais completa e abnegada, que a si próprio e à sua família. A expressão aborrecer aqui não se trata de maus tratos, provocar raiva, ou qualquer coisa semelhante. O sentido de aborrecer aqui é “amar menos...” e significa submeter tudo, de forma absoluta, inclusive a própria pessoa, a um compromisso total com Cristo. Submeter aqui é entregar-se totalmente, sem reservas, sem barganhas, apenas consciente de que agora “não mais vivo eu Cristo vive em mim...”, fomos resgatados, comprados por Cristo. Deixamos de ser escravos do império das trevas e passamos a ser escravos do império da Luz.

3-      Abandonar tudo, Lucas 14:33.
Assim, pois, todo aquele que dentre vós não abandona a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”.
Nesta vida existem dois Reinos, em um Jesus é o Rei e em outro o diabo é o rei. Aqui Jesus usa mais uma ilustração para frisar o custo de viver como um escravo do Seu Reino na terra, mas também fala do preço pago por todos aqueles que aceitarem o convite do Senhor. É uma mudança de prioridade. Tudo que tenho não é mais meu, é dEle, eu apenas sou seu empregado (escravo) e administro o que é dEle. Um discípulo precisa estar pronto para renunciar muitas coisas. Jesus é a nossa prioridade; Ele é o nosso Senhor e Pastor; Ele nos governa.

4-      Constância, João 8:31.
...se vocês permanecerem em minha palavra, verdadeiramente são meus discípulos”.
Permanecer na palavra não é apenas ler as Escrituras, mas vivê-la, esforçar-se para aplicá-la no dia a dia. Quando lemos os Evangelhos percebemos que por onde Jesus passava, grande multidão o acompanhava, porém, poucos eram discípulos. Nos dias de hoje não é diferente, há muitos que acompanham Jesus porque é bom está perto de quem faz milagres, acompanham até receber o que querem, depois não o seguem mais. Um discípulo de Jesus o acompanha sem perguntar para onde ele vai, apenas caminha junto, porque amanhã quer ser Ele. Permanecer na palavra é ser constante na caminhada de nossa desconstrução, ainda que errando, sendo fraco e cheios de defeitos, nós não o deixamos porque precisamos do Seu amor.

5-      Produção de frutos, João 15:8.
Nisto é glorificado o meu Pai, em que deis muito fruto; assim vos tornareis meus discípulos”.
Aqui em minha sala de estudos vejo da janela doze coqueiros e percebo uma coisa, todos eles têm o fruto. É comum uma árvore frutífera produzir fruto correspondente a sua espécie: Macieira produz maçã; mangueira produz manga; bananeira produz banana e assim por diante. O fato é Cristo é a Videira Verdadeira e nos somos os galhos, se estamos nEle precisamos produzir frutos, não qualquer fruto, mas frutos dignos do Evangelho, frutos de justiça. Muitos ao invés de se preocuparem com o fruto, estão preocupados com os dons, claro que precisamos dos dons, porém o que demonstra que somos discípulos de Jesus é o fruto. Estamos chegando perto da festa natalina e é comum encontrarmos árvores de natal espalhadas pelas ruas e casas, cada uma mais enfeitada que a outra. Os dons são como os enfeites, estão lá, mas não identificam que árvore é, pois não são frutos. Frutifiquemos se queremos nos tornar discípulos de Jesus.

O fato é que o convite de Jesus não mudou, continua sendo o mesmo. Um convite muito simples: SIGA-ME.
Na primeira carta de Pedro no capítulo 2 e versículo 21, lemos o seguinte:
Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando-lhes exemplo, para que sigam os seus passos” (grifo meu).
A palavra exemplo no grego é hupogrammon e significa caderno de alfabeto, ou escrever sob, ou ainda caligrafia perfeita. Todos nós quando estamos aprendendo a escrever começamos com um livro chamado: caderno de caligrafia. Aqui essa palavra grega denota esse sentido, Cristo é a letra Original e precisamos nos esforçar para duplicá-lo o mais próximo possível do Original.
Encontramos segurança quando permanecemos no Original (Jesus Cristo)!

Sendo assim, seguir os passos de Jesus como seus discípulos é:
- Ver quem não é visto;
- Ouvir quem não é ouvido;
- Perceber quem não é percebido;
- Transitar por onde não se transitaria;
- Atravessar um caminho de um lado para o outro sem indagações.

O autor Max Lucado em seu livro, Seu nome é Jesus, disse o seguinte:
Divinamente humano; extraordinariamente comum”.
Se nossa missão como discípulos de Jesus é imitá-lo, então sejamos comuns e os melhores humanos como Jesus.
O discípulo de Jesus é um constante aprendiz que se entregou por completo a Jesus Cristo e é totalmente submisso ao seu Mestre.
O discípulo procura em tudo imitar seu Mestre, pois acredita que um dia será igual a ele.

NEle, que é nosso Supremo Modelo.
Um caminhante no Caminho.
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O Caminho é uma pessoa e seu nome é Jesus!
Graça, bondade, paz, perdão e amor...
Que assim seja nosso caminhar!

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