Cristo
sofreu por cada um de nós, por esta razão em agradecimento o mínimo que devemos
fazer é agir de modo semelhante ao de Cristo. Corresponder esse amor, nos
tornando Ele para nosso semelhante.
A
relação de Jesus com seus discípulos segue o modelo da tradição judaica. Quando
um rabino chamava alguém para segui-lo era como se perguntasse: “Você quer ser igual a mim?”. Todo rabino
acreditava que seus discípulos, ou aprendizes poderiam fazer as coisas que ele
fazia, viver do jeito que ele vivia e fazer as coisas que ele fazia. O processo
do discipulado implicava a imitação do rabino, mas para isso o discípulo
deveria seguir seu mestre bem de perto. Esse era o significado da recomendação
do rabino Yose bem Yozer: “Deixe-se
cobrir pela poeira dos pés do seu rabino” (Ed René Kivitz – Revista Ultimato
– setembro/outubro 2012 – pág. 42).
Jesus
é o nosso rabino, precisamos seguir na intenção de nos tornarmos semelhante a Ele.
O mundo precisa ver Cristo através de nós, portanto, chega de falar de Jesus,
vamos viver Jesus.
Nos
Evangelhos vemos algumas condições para ser um discípulo de Jesus.
1-
Autonegação e suportar a cruz,
Mateus 16:24.
“...negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e
siga-me”.
É
interessante quando falamos tomar a sua cruz e seguir a Jesus, pois as pessoas
tem um pensamento bem deturpado do real sentido. Quando fala em tome sua cruz e
segue-me, as pessoas pensam, na cruz que é a sogra, patrão, gerente do banco,
marido, esposa... no entanto, o que o texto quer dizer é: siga a Cristo com
fidelidade até a morte. A cruz naquela época representava morte. Negar a si
mesmo, não é negar quem você é, mas negar quem os outros dizem que você é.
Negar a si mesmo é ser quem somos em Cristo! Cristo não me chama para uma
esquizofrenia, ele me convida e copiá-lo e através de meus atos demonstrá-lo,
negando o egoísmo, negando a autossuficiência, o processo de negação do si
mesmo é uma constante desconstrução para sermos construídos nEle.
2-
Coragem,
Lucas 14:26.
“Se alguém vem a mim e não aborrece a seu
pai... e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo”.
Neste
versículo vemos que Jesus usa uma hipérbole vívida (exagero) para revelar que
seus discípulos devem amar a Cristo de forma mais completa e abnegada, que a si
próprio e à sua família. A expressão aborrecer aqui não se trata de maus
tratos, provocar raiva, ou qualquer coisa semelhante. O sentido de aborrecer
aqui é “amar menos...” e significa
submeter tudo, de forma absoluta, inclusive a própria pessoa, a um compromisso
total com Cristo. Submeter aqui é entregar-se totalmente, sem reservas, sem
barganhas, apenas consciente de que agora “não
mais vivo eu Cristo vive em mim...”, fomos resgatados, comprados por
Cristo. Deixamos de ser escravos do império das trevas e passamos a ser
escravos do império da Luz.
3-
Abandonar tudo,
Lucas 14:33.
“Assim, pois, todo aquele que dentre vós não
abandona a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”.
Nesta
vida existem dois Reinos, em um Jesus é o Rei e em outro o diabo é o rei. Aqui Jesus
usa mais uma ilustração para frisar o custo de viver como um escravo do Seu
Reino na terra, mas também fala do preço pago por todos aqueles que aceitarem o
convite do Senhor. É uma mudança de prioridade. Tudo que tenho não é mais meu,
é dEle, eu apenas sou seu empregado (escravo) e administro o que é dEle. Um
discípulo precisa estar pronto para renunciar muitas coisas. Jesus é a nossa
prioridade; Ele é o nosso Senhor e Pastor; Ele nos governa.
4-
Constância,
João 8:31.
“...se vocês permanecerem em minha palavra,
verdadeiramente são meus discípulos”.
Permanecer
na palavra não é apenas ler as Escrituras, mas vivê-la, esforçar-se para
aplicá-la no dia a dia. Quando lemos os Evangelhos percebemos que por onde
Jesus passava, grande multidão o acompanhava, porém, poucos eram discípulos.
Nos dias de hoje não é diferente, há muitos que acompanham Jesus porque é bom
está perto de quem faz milagres, acompanham até receber o que querem, depois
não o seguem mais. Um discípulo de Jesus o acompanha sem perguntar para onde
ele vai, apenas caminha junto, porque amanhã quer ser Ele. Permanecer na
palavra é ser constante na caminhada de nossa desconstrução, ainda que errando,
sendo fraco e cheios de defeitos, nós não o deixamos porque precisamos do Seu
amor.
5-
Produção de frutos,
João 15:8.
“Nisto é glorificado o meu Pai, em que deis
muito fruto; assim vos tornareis meus discípulos”.
Aqui
em minha sala de estudos vejo da janela doze coqueiros e percebo uma coisa, todos
eles têm o fruto. É comum uma árvore frutífera produzir fruto correspondente a
sua espécie: Macieira produz maçã; mangueira produz manga; bananeira produz
banana e assim por diante. O fato é Cristo é a Videira Verdadeira e nos somos
os galhos, se estamos nEle precisamos produzir frutos, não qualquer fruto, mas
frutos dignos do Evangelho, frutos de justiça. Muitos ao invés de se
preocuparem com o fruto, estão preocupados com os dons, claro que precisamos
dos dons, porém o que demonstra que somos discípulos de Jesus é o fruto.
Estamos chegando perto da festa natalina e é comum encontrarmos árvores de
natal espalhadas pelas ruas e casas, cada uma mais enfeitada que a outra. Os
dons são como os enfeites, estão lá, mas não identificam que árvore é, pois não
são frutos. Frutifiquemos se queremos nos tornar discípulos de Jesus.
O
fato é que o convite de Jesus não mudou, continua sendo o mesmo. Um convite
muito simples: SIGA-ME.
Na
primeira carta de Pedro no capítulo 2 e versículo 21, lemos o seguinte:
“Para isso vocês foram
chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando-lhes
exemplo, para que sigam os seus passos” (grifo meu).
A palavra exemplo no grego é hupogrammon e significa caderno
de alfabeto, ou escrever sob, ou ainda caligrafia perfeita. Todos nós quando
estamos aprendendo a escrever começamos com um livro chamado: caderno de
caligrafia. Aqui essa palavra grega denota esse sentido, Cristo é a letra
Original e precisamos nos esforçar para duplicá-lo o mais próximo possível do
Original.
Encontramos segurança quando permanecemos no Original (Jesus
Cristo)!
Sendo assim, seguir os passos de Jesus como seus discípulos
é:
- Ver quem não é visto;
- Ouvir quem não é ouvido;
- Perceber quem não é percebido;
- Transitar por onde não se transitaria;
- Atravessar um caminho de um lado para o outro sem
indagações.
O autor Max Lucado em seu livro, Seu nome é Jesus, disse o
seguinte:
“Divinamente humano;
extraordinariamente comum”.
Se nossa missão como discípulos de Jesus é imitá-lo, então
sejamos comuns e os melhores humanos como Jesus.
O discípulo de Jesus é um constante aprendiz que se entregou
por completo a Jesus Cristo e é totalmente submisso ao seu Mestre.
O discípulo procura em tudo imitar seu Mestre, pois acredita
que um dia será igual a ele.
NEle, que
é nosso Supremo Modelo.
Um
caminhante no Caminho.
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O Caminho é
uma pessoa e seu nome é Jesus!
Graça,
bondade, paz, perdão e amor...
Que assim seja
nosso caminhar!