sábado, 17 de novembro de 2012

Cristinho...


Acho interessante o conceito que muitas pessoas têm da palavra: cristão. Dizem que ser cristão é apenas pertencer a um grupo religioso chamado Cristianismo e pronto. Basta levantar uma de suas mãos e dizer as palavras mágicas: “Jesus, eu te confesso como meu único e suficiente Salvador”. Se essas palavras não se tornarem vida, serão meras palavras como: “Abracadabra”. Mas, não para por aí.  Depois de levantar as mãos e falar as palavras mencionadas acima, o indivíduo vai para uma classe e faz um curso para se batizar e poder participar da Santa Ceia. Pronto, agora sim, ele é um cristão, confessou e até se batizou. Se esse ato batismal não externar o que já houve dentro, isto é, no interior da alma, a morte para o domínio do pecado será apenas um banho diante de pessoas com muita ou pouca água. Até o ato de participar da Santa Ceia se não for uma participação com consciência do que representa aquele momento, é só um lanche.
Ser cristão é muito mais que pertencer a um grupo religioso, começando pela origem da palavra. A palavra cristão não aponta para uma religião e sim para Cristo. Basta ler o livro dos Atos dos Apóstolos e ver quando essa palavra foi usada pela primeira vez na cidade de Antioquia. As pessoas daquela cidade percebiam naqueles que seguiam a Jesus atitudes que lembravam o próprio Cristo, daí então, eles estavam diante de um cristinho (a palavra cristão vem do grego e significa cristinho, um pequeno Cristo).
Além de tudo que já falei acima, hoje em dia, segundo as normas imperantes do sistema evangélico radical, um cristão é alguém que se veste diferente e tem um vocabulário diferente – o evangeliquês: tá amarrado, abençoado, irmão... Mas, será que alterar roupas e vocabulário faz de alguém um cristão? Um cristão deve ser alguém que segue a Cristo e procura o máximo se parecer com Ele. Pertencer a um grupo religioso e se moldar a um conjunto de regras não faz ninguém se parecer com Cristo e sim com o grupo a que pertence ou frequenta. Precisamos nos parecer mais com Jesus, o nazareno.
Outros pensam que cristão é um aumentativo e parece que até se acham mais que Jesus, pois agem como Jesus nunca agiu e falam coisas que Jesus nunca falou. Cadê o olhar compassivo, a solidariedade, a paciência? Acham-se tão santos que nem procuram se relacionar com as pessoas. É preciso saber respeitar o tempo que cada um tem para mudar.
Jesus não foi um líder religioso. Ele é a expressão do amor de Deus. Através dEle obtivemos muito mais que merecemos – posto que não merecemos nada. Ele tem um amor muito maior do que imaginamos, pois, lendo os evangelhos e observando suas atitudes diante daqueles que eram taxados como escória, percebemos que Jesus nunca chegou impondo: “você precisa mudar”. Ao invés disso, Ele criava situações de mudança. É pela graça, não fazemos por merecer. A graça é para todos, mas não é para tudo, pois ela traz consigo responsabilidades.
Só é cristão de fato quem diz como Francisco de Assis: “Senhor, fazei-me instrumento de Vossa paz...”. O cristão é aquela pessoa que tem total consciência de que não merece tão grande amor, mas por obra de assombrosa graça foi alcançado e envolvido por esse amor como uma mãe envolve seu bebê numa manta. O cristão sabe respeitar o tempo que cada um precisa para mudar, pois ele sabe que ele mesmo não mudou da noite para o dia e que ainda está em constante aperfeiçoamento. Sendo assim, o cristão não vê outro estilo de vida para se viver senão o amor. Por onde o cristão passar, ele deve ser uma poesia andante de Deus proclamando Seu amor através de atos que manifestam Cristo. Sendo assim, o cristão deve ser a expressão de Cristo.
Precisamos compreender uma coisa: as pessoas não querem ver religiosos fanáticos em cada esquina gritando: “Deus te ama e demonstrou isso em Cristo!”. O que as pessoas querem ver é vida que condiz com estas palavras. Adianta falar de um Deus que ama tanto se nós, que dizemos servi-lo, não manifestarmos esse amor?
Portanto, se pertencer a uma religião me torna um cristão, vou comprar um piano, mesmo sem saber tocar e dizer: “Sou pianista”. Quer ser cristão? Caminhe junto de Cristo, aprenda com Ele e ponha em prática o que aprendeu. Frequentar uma igreja não me faz um cristão. Precisamos frenquentar uma comunidade e aprendermos a viver como Cristo viveu.

NEle, que me convida não apenas para viver em comunidade, mas para ser igreja.
Um caminhante no Caminho.
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O Caminho é uma pessoa e seu nome é Jesus!
Graça, bondade, paz, perdão e amor...
Que assim seja nosso caminhar!

Um comentário:

  1. Maravilhoso o texto!
    Concordo com tudo que escreveu.
    Vou compartilhar no meu blog: http://carolcarrilhotavares.blogspot.com.br/
    Abraços!

    Carol

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