quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Casa arrumada


Caminhando pelas ruas, vejo tantas casas bonitas: um belo jardim, arbustos podados com esculturas e pequenos chafarizes, mas, será que por dentro elas estão assim também, arrumadas e limpas? Muitas dessas casas têm apenas uma beleza exterior, uma boa fachada, mas, por dentro estão com poeira, alguns lixinhos debaixo do tapete e móveis e paredes com teias de aranha. Assim como as casas precisam de uma faxina geral e um controle diário de cuidados essenciais para se manterem duráveis, como varrer, limpar, lavar, etc, assim também é a nossa vida: necessita diariamente ser arrumada.

Certa vez Jesus disse o seguinte: “[...] quando é expulso de alguém, o espírito maligno vagueia pelo deserto, procurando um oásis, uma pessoa distraída que possa atormentar. Se não encontra nada, diz consigo mesmo: ‘vou retornar para minha antiga casa’. Quando retorna, encontra a pessoa limpa, porém vazia. Então, o espírito reúne outros sete espíritos ainda piores, e todos se instalam ali. O estado da pessoa é pior do que antes. É assim que esta geração se parece. Vocês pensam que, por remover o lixo de sua vida, estão prontos para Deus, mas, como não foram receptivos à Mensagem do Reino que eu prego, os demônios estão voltando [...]” – Mateus 12:43-45 – A Mensagem (Bíblia em Linguagem Contemporânea), Eugene Peterson (pastor, escritor e poeta).

O problema no texto citado acima não é a arrumação e sim a casa vazia. Muitos tentam com seus próprios esforços modificar a si mesmo, e até conseguem fazer uma reforma moral, porém, essa reforma sem a regeneração genuína produzida através do Evangelho de Cristo não é eficaz, pois, há uma volta ao comportamento anterior a essa reforma. A casa precisa estar arrumada, mas também habitada. Se você arrumar hoje a casa que você mora, trancá-la e viajar, ao retornar, além de encontrá-la suja, mesmo sem ter ninguém em casa, dependendo do bairro onde sua casa esteja localizada, poderá ser um alvo fácil para malfeitores e vândalos. Nós somos casa, somos morada e não ficamos vazios!
Quando decidimos seguir a Jesus, logo no início, ficamos eufóricos, queremos ler toda a Escritura em dias, procuramos tempo para orar bastante, afinal, a casa está arrumada. Entretanto, se de fato não experimentarmos a mudança radical ao ponto de estarmos habitados pelo Espírito Santo, logo toda essa euforia não será mais do que um fogo de palha e se apagará.
Ser habitado por Ele é tê-Lo em nós, diariamente, nos orientando sempre no processo de limpeza diária do nosso ser. Limpar a poeira dos nossos olhos para enxergar com simpatia os erros de nossos semelhantes. Espanar as teias da hipocrisia que nos prendem para que possamos desenvolver uma verdadeira relação de amor com Deus e com o nosso semelhante. Levantar o tapete do passado que nos oprime, pois, ainda que ninguém saiba, no entanto, nós sabemos, precisamos tirar a sujeira do egoísmo, do orgulho e da autossuficiência. Varrer diariamente nosso ser para que seja produzida em nós e através de nós a serenidade que nos leve a varrer a maldade e nos leve a substituí-la pela bondade.
Somos falhos, totalmente dependentes da misericórdia de Deus. Estamos em constante mudança e numa revisão de valores. O que fomos há anos atrás não mais o somos e jamais seremos. O que somos hoje, o que fazemos hoje definirá o nosso amanhã.
Seguir a Cristo é renunciar nosso ego, é destruir princípios errados que foram construídos em nós para sermos (re) construídos nEle e vivermos com Ele, fazendo algo para os outros, conscientes de que também estamos fazendo para Ele.
Removamos o lixo do nosso ser hoje, sabendo que removeremos outros amanhã e assim por diante. Deixemos o Evangelho nos lavar de dentro para fora, de modo que sejamos casa limpa, arrumada, mas também habitada. Façamos em nós uma faxina e retiremos toda insensibilidade, imoralidade e desumanidade. Fazer uma reforma moral é bom, porém, melhor ainda quando se é reformado por Jesus. Sendo assim, sejamos cheios dEle, manifestemos Ele em nossos atos e vivamos de modo digno para agradar a Ele. Somos lugar de Deus!

NEle, onde mantemos nossa casa sempre arrumada.
Um caminhante no Caminho.
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O Caminho é uma pessoa e seu nome é Jesus!
Graça, bondade, paz, perdão e amor...
Que assim seja nosso caminhar!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Canibalismo induzido


Quando ouvimos ou lemos essa palavra – canibalismo, logo nos vem à mente aquelas tribos indígenas que se alimentam de carne humana. Não demora muito para pensarmos ou dizermos: “que ato insano, violento e desumano.”
Ao assistirmos aos filmes, ou até mesmo aos documentários, em cujas exibições pessoas tiveram que comer carne humana para sobreviver a um acidente, a sensação que temos é de repúdio e alguns até ficam nauseados, mas parece que tal atitude é tolerável. Se estivéssemos em situação semelhante também iríamos lutar pela vida, de qualquer jeito.
É interessante como o instinto de sobrevivência do homem é tão primitivo e impulsivo, sob o domínio do qual muitas vezes tomamos atitudes impensáveis para preservar a nossa vida. A fim de continuarmos vivos, essa luta atualmente repercute no grande aumento de adesões aos planos de saúde. Todos nós queremos ter um bom tratamento em uma situação de emergência e até mesmo em exames preventivos, só para garantir mais uns dias de vida. Outro serviço, cuja demanda tem aumentado consideravelmente é a procura por segurança privada. Em dias tão violentos como estes, garantir a segurança não é luxo e sim necessidade para conservar a vida.
Vida em nossos dias ganhou sinônimo de bem estar. Consequentemente quem tem um bem estar não vive, vegeta, apenas vê a vida passar sem de fato vivê-la. Alguns pensam que bem estar é um termo vinculado a status, luxo ou a uma carreira profissional que gere um bom rendimento. Entretanto, bem estar é viver com qualidade, associado a uma rotina que nos confira sentirmo-nos bem fisicamente, espiritualmente e emocionalmente. O bem estar físico está em alta com grande expectativa de maior crescimento no mercado, pois, cada vez mais pessoas se conscientizam que precisam praticar alguma atividade física. Por outro lado, o ativismo, a cobrança da sociedade e tantos outros fatores psíquico-emocionais contribuem para uma sociedade cada vez mais doente emocionalmente que desenvolve diversas síndromes e doenças psicossomáticas. Em contrapartida, a procura por ajuda profissional em busca de uma vida emocional saudável também aumenta a cada dia. Psicólogos, psiquiatras e psicanalistas cada vez mais vêm ampliando seu campo de atuação na sociedade, devido à grande procura. Por outro lado, a vida espiritual cada vez mais vem sendo ignorada em nossa sociedade, onde cada vez mais o hedonismo ganha espaço. A luta para se ter uma vida física e emocional saudável é notória, mas e quanto aos cuidados com o espírito?
Reconheço que atualmente estamos vivendo um grande crescimento religioso, porém, a religião não nos assegura uma vida espiritual saudável. Anos e anos atrás um homem disse: “[...] Se vocês querem vida interior, terão que comer a minha carne e beber o meu sangue [...]”. (João 6:53). Ele nos assegurou que apenas se fizermos esse “canibalismo” induzido por Ele mesmo, teríamos uma vida espiritual saudável. Esse homem que há mais de dois mil anos esteve neste mundo e disse estas palavras chama-se Jesus. Não é enchendo a cabeça de alienação religiosa ou punindo o corpo através de flagelos que teremos vida interior. Só com um desejo sincero no coração de alimentar-se de Jesus é que conservaremos nossa vida eternamente. Quando nos apossamos da atitude de nos alimentarmos dEle, passamos a viver nEle e Ele em nós. Quem se alimenta de Jesus ao comer sua carne, ou seja, quem deseja copiá-lo em toda sua maneira de viver, alimentando-se dEle através da leitura dos Evangelhos, dia a dia, encarnando o Evangelho – a Boa Notícia – a fim de promovê-lo com as próprias atitudes, como também quem beber do sangue dEle, terá consciência de suas próprias fraquezas, limitações e falhas e estará no caminho para conseguir uma vida espiritual espelhada em Jesus., Além disso, ao deixar esse sangue lavá-lo de dentro para fora através da confissão de erros, experimentará, no íntimo, o Seu imenso amor com a certeza de que não há nada que eu faça por mim mesmo para salvar-me. Apenas nEle e dEle experimentaremos a salvação, a real mudança de vida e não apenas uma reforma moral e ética.
Como Ele disse: “[...] Esta é a minha carne, tomai e comei; este é o meu sangue, bebei [...]” (Mateus 26:26-28). Em uma atitude de esperança que é fruto de fé, comamos dEle e bebamos dEle para vivermos como Ele e termos nosso caráter e personalidade transformados pelo amor dEle em nós, para que através de nós mesmos Ele seja visto, de modo que seja glorificado.

NEle, que nos convida a nos alimentarmos dEle mesmo.
Um caminhante no Caminho.
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O Caminho é uma pessoa e seu nome é Jesus!
Graça, bondade, paz, perdão e amor...
Que assim seja nosso caminhar!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Roupas de Adulto


Quando eu e minha irmã éramos crianças, lembro-me que gostávamos muito de vestir roupas de adultos (e as crianças de hoje não são muito diferentes). Minha intensão quando criança ao colocar aquelas grandes roupas sobre meu corpo era ser mais velho, parecer-me com adultos. Esses dias um dos meus sobrinhos vestiu a camisa do pai e parecia um troféu, tamanha era sua alegria. O interessante foi o que ele falou: “Tio, eu não estou parecendo com meu pai, forte como ele?”. Como é bom ser criança! Não se tem muita cerimônia para fazer e falar as coisas. E quando a observamos aprendemos muito sobre simplicidade.
No início da caminhada com Cristo somos semelhantes a crianças na fé. Estamos ainda aprendendo a andar, logo começamos a dar os primeiros passos. Até nossa alimentação também é leve, como o apóstolo Pedro chama: “leite espiritual”, de modo que o apóstolo Paulo diz que “não poderia dar algo sólido, porque não passavam de crianças espirituais”. Todavia, precisamos crescer e não parar no tempo! Não podemos ser crianças na fé para sempre é preciso perseverar na leitura diária das Escrituras e aprender com Cristo a se parecer com Cristo.
As crianças ao vestirem roupas de seus pais querem se parecer mais adultas e nós precisamos nos vestir da nova vida que Cristo dá, assim iremos nos parecer com Ele. O fato é que o “Jesus” acreditado por muitos está na parede esquecido, está como imagem, palavra, ou ainda como um nome escrito num livro, mas não no coração. É um Jesus muito defendido e muito falado, mas tão pouco encarnado no ser para vida. Jesus este que parece ter pessoas específicas para se aproximar, porém, nos Evangelhos vemos que Jesus é gente aproximada não de alguns, mas de todos aqueles que eram rejeitados, não por Deus e, sim por líderes religiosos.
Vestir-se com roupas de adulto na fé é viver a vida de Cristo, trazendo para existência amor, perdão, bondade, misericórdia e graça. As pessoas nos chamarão de cristão não por pertencer a uma religião, e sim porque nos parecemos com Ele, nos vestimos dEle, encarnamos Ele, vivemos Ele. Verão Cristo em nós, em nossos atos e palavras. Sendo assim nem sempre precisamos falar dEle, pois Ele através de nós falará ao coração de muitos que são rejeitados e perderam a esperança, pessoas que foram maltratadas e tiranizadas pela vida, ou até mesmo pela religião.
Pela fé em Cristo nós temos um relacionamento direto com Deus, pois Ele nos religou a Deus. Ao dizer “nós”, não me refiro a um grupo de pessoas que pertencem ao cristianismo, mas todas aquelas que de coração se esforçam para serem discípulos de Cristo. Nós todos podemos desenvolver um relacionamento comum com Jesus Cristo, basta atendermos o seu convite: “Vem e segue-me”.
Já estamos vestidos à roupa do Nosso Pai? Estamos nos parecendo com Ele? Derrubemos as paredes religiosas e vivamos o amor intensamente a cada momento de nossas vidas como se fosse o último. “Amar a Deus sobre todas as coisas e o nosso semelhante como a nós mesmos” é algo instituído por Ele mesmo. A graça de se viver a vida é transmitir por meio de atos a Graça que fomos alcançados. Portanto, vamos nos vestir como adultos na fé, demonstrando maturidade e tolerância uns para com os outros, procurando o tempo todo imitar Aquele que nos tolera o tempo todo com seu infinito amor.

NEle, que me chamou para imitá-lo, vestindo as vestes da simplicidade.
Um caminhante no Caminho.
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Que assim seja nosso caminhar!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Mais um ano inicia...


Das festas de fim de ano guardo algumas lembranças. Sempre no fim do ano gostava de me sentar na frente da casa da minha avó, ou no quintal atrás da casa da minha mãe para ver o céu e admirar o azul e o branco das nuvens. A beleza, singeleza e simplicidade dos presépios também chamavam minha atenção para pensar no nascimento de Jesus. Também gostava de ouvir as músicas das luzes que piscam e sempre na virada do ano a família passava junta na igreja batista.
No primeiro dia do ano muitas pessoas iniciam com muitas promessas: dieta, leitura de livros, estudar mais, etc. São tanto os ideais para o ano seguinte que muitos até apelam para a supertição.  No dia 31 de dezembro é impressionante como se esbanja o que é supérfluo muitos dão tanto valor às coisas que se esquecem de ver pessoas, gente como a gente. Nesta época o fútil passa a ter prioridade e ser útil.
A virada do ano que é antecedida pelo natal cria um ambiente de muita alegria, paz, solidariedade, amor... Parece que todos são tomados pelo “espírito natalino” de se fazer o bem sem olhar a quem. Como seria bom se esse clima de esperança e bondade durasse o ano todo.
Vi muitos presépios: clássicos, artesanais, de porcelana, de barro... Sem falar do colorido nas cores que predominam: verde, vermelho e branco. Árvore de natal, papai Noel, luzes, sinos, velas e tantos acessórios tornam essa festa bela e palpável.
Famílias reunidas, momentos de risos, contagem regressiva e contemplar queima de fogos, demonstram a valorização desse tempo que não deveria durar apenas algumas horas, mas toda a vida. Se ao invés de contemplarmos apenas fogos, contemplássemos diariamente a beleza que nos rodeia: a natureza, o sorriso de uma criança, o canto dos pássaros... Impressionante que quando somos crianças não precisamos de muitas coisas para termos momentos felizes, mas como dizia Chico Anísio: “O problema das crianças é que elas crescem”.
Diversas pessoas que nunca vão a uma comunidade religiosa, no dia de natal e réveillon se dirigem a tais lugares para apresentar o novo ano como se Deus estivesse ali materialmente e depois nunca mais voltam, porém Deus não habita mais em lugares feito de tijolos e cimento. Ele se faz presente onde estão dois ou três reunidos em Seu Nome. Somos habitação do Senhor, Ele habita em nosso coração. Sendo assim precisamos ser preenchidos pelo mesmo sentimento: Amor. Que nosso maior alvo este ano seja: parecer-nos mais com Jesus Cristo. Deixemos de ter um relacionamento superficial com Deus e com o nosso semelhante. Li e ouvi a seguinte frase: “dia 31 de dezembro é o dia mundial da falsidade, pois muitas pessoas que não falam conosco resolvem falar, abraçar e depois passam o ano todo sem falar conosco”. Precisamos desenvolver um relacionamento saudável e mais humano com nosso semelhante sem egoísmo, mas sim com total liberalidade como se estivéssemos fazendo ao Senhor. Neste ano enxerguemos no nosso semelhante à imagem de Deus nele. 
É, mais um ano se inicia e tudo que mais quero este ano é ser eu mesmo com meus defeitos e acertos, melhorando a cada dia. Cansei de ser alguém que não sou eu só para agradar os outros. Quero viver cada momento como se fosse o último e desfrutar a felicidade que cada simples momento proporciona. Minha oração para este ano é que eu me pareça mais com Cristo a cada dia; que a futilidade não ache espaço em meu coração; que a superficialidade seja completamente eliminada do meu ser para que eu possa ser mais humano em meu relacionamento com Deus e com o meu semelhante.

NEle, que é para estar o ano todo em nosso coração e ser demonstrado por meus atos.
Um caminhante no Caminho.
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O Caminho é uma pessoa e seu nome é Jesus!
Graça, bondade, paz, perdão e amor...
Que assim seja nosso caminhar!

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